segunda-feira, 26 de maio de 2008

Os "Wearable Computers" estão chegando!

Os "Wearable Computers" estão chegando!
Mais uma nova expressão para a qual não temos uma tradução adequada: "wearable computers". Essa tecnologia, que está chegando rapidamente poderia ter seu nome traduzido, de forma quase literal, como "computadores vestíveis" - essa expressão, no entanto, soa tão mal que duvidamos que seja adotada - por falta de algo melhor, continuemos então com "wearable computers", até que alguém produza algo que ao menos soe melhor (e o que é pior, não podemos sequer utilizar apenas as iniciais...). Mas, o que são os "wearables"? Poderíamos dizer que são computadores que uma pessoa carrega consigo, ligados (no sentido de presos) às suas roupas de trabalho, dotados de recursos que permitam a seus usuários utilizá-los enquanto conservam suas mãos livres para outros trabalhos. Deve-se notar que não são apenas versões menores dos notebooks, mas sim equipamentos especialmente projetados para uso em situações "fora do escritório" (embora algumas dessas máquinas realmente ainda não passem de notebooks diminuídos); em sua grande maioria, acessam bancos de dados remotos através do acesso à Internet via telefones celulares. E quem seriam os potenciais usuários desses equipamentos? Todos aqueles que, atuando no campo precisem acessar ou fazer entrada de dados de maneira rápida e eficaz: jornalistas, policiais, bombeiros, militares, operadores em bolsas de valores, vendedores, etc. A Bell, uma das grandes empresas de telefonia do hemisfério Norte (e que tem entre suas subsidiárias a Telet e Americel, operadoras de telefonia celular que atuam no Brasil), está desenvolvendo testes com esses equipamentos para seu pessoal de instalação e manutenção de linhas telefônicas no Canadá, visando aumentar a produtividade desses empregados. Cada um desses técnicos terá, presos ao seu capacete, uma pequena tela, na qual serão exibidas as informações por ele solicitadas ao sistema e uma câmera que capta fotos e vídeos digitais e os transfere para um computador central. “Vestirá” também uma tela "touch panel display", que pode receber dados através de toques dos dedos (como um mouse) e que é presa à jaqueta de serviço num ângulo que facilita a visão dos dados e finalmente um teclado, também preso à jaqueta, para entrada de dados de forma mais convencional - além desses dispositivos, outros como sistemas para reconhecimento de voz podem ser agregados; a título de curiosidade, já se pode dizer que a tela presa ao capacete não está fazendo muito sucesso entre o pessoal da Bell. Complementam o equipamento, o gabinete que abriga a CPU e o disco rígido, e a bateria (que é do tamanho de um livro de bolso), etc. - toda essa parafernália pesa cerca de um quilo e meio. Uma situação típica vivida por um desses técnicos seria a recepção, através da Intranet da Bell, de uma ordem para verificar uma linha telefônica residencial; sem o "wearable", a ordem chegaria através do micro instalado em seu furgão (o que aqui no Brasil ainda é bastante raro) e os dados principais seriam anotados num formulário - se faltasse alguma informação, o técnico deveria voltar ao furgão, que poderia estar parado a alguma distância caso não houvesse facilidade de estacionamento na área, sem contar que ele poderia ter percebido essa falta (ou erro de anotação) depois de ter subido em um poste, por exemplo. Evidentemente, todo esse trabalho poderia ser feito sem esse equipamento, mas com o "wearable", todas essas etapas seriam executadas mais eficientemente. Evidentemente, há ainda problemas a serem resolvidos antes de que toda essa tecnologia passe a ser utilizada mais amplamente: desde aqueles de natureza técnica, envolvendo o desenvolvimento de baterias que consigam reter sua carga por mais tempo, de telas de fácil leitura à luz do sol, da forma com que os equipamentos serão "vestidos" (no caso da Bell pensou-se em prendê-los a um cinto, mas isso se mostrou inviável pelo fato de os técnicos já se utilizarem de dois outros cintos, um de segurança para subir em postes e outro para suas ferramentas) - até problemas de ordem cultural, com empregados que resistem à utilização não só dos "wearables" mas de qualquer outro tipo de computador (isso também é freqüente entre nós). Outra fonte de resistência são os sindicatos, que já estão prevendo a junção de GPS (Global Positioning Systems) a esse conjunto de ferramentas, o que tornaria os técnicos facilmente "rastreáveis", e portanto, na visão dos sindicatos, sujeitos a sobrecarga de trabalho. De qualquer forma, essa é mais uma tendência, levando aos trabalhadores de fora dos escritórios a última palavra em tecnologia da informação, e abrindo aos fornecedores de hardware e software um campo para aplicação de seus produtos talvez maior do que aquele dos escritórios e lares - é mais uma oportunidade aberta aos empreendedores!

Data de Publicação: 22/03/2001

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